terça-feira, 10 de novembro de 2009

O QUE OS ALUNOS PENSAM SOBRE SEU PROCESSO DE APRENDIZAGEM?


As questões apontadas abaixo, constitui um desafio para nós professores - perceber aonde os alunos querem chegar.1-  Por que você resolveu voltar a estudar?
2- Como você analisa seu processo de aprendizagem?
3- Você gosta da escola? Por que?
4- Como se dá a aprendizagem / aquisição do conhecimento?

5- Por que se busca trabalhar com o contexto / a realidade do Educando ?
6- É possível aprender com atividades “descontextualizadas”?
7- Que quer dizer alfabetizar-se?
8- O reconhecimento do princípio alfabético: sua importância no processo de alfabetização

"Devemos admirar, de antemão, a capacidade de lidar com a vida que nossos alunos têm, pois no universo letrado, tecnológico e competitivo em que vivemos, conseguir se manter, apesar de todo processo de exclusão vivido, sem ter domínio de leitura e escrita, significa que muitos outros conhecimentos e capacidades foram colocados em jogo para dar respostas à vida. Como educadores, temos que ter ciência de que esses conhecimentos, experiências e fazeres devem fazer parte, compor nossa ação pedagógica. A partir deles e com eles, devemos estabelecer nossa prática, não para substituí-los, mas para ampliá-los, na perspectiva de que o acesso aos diferentes conhecimentos expandam as possibilidades de atuação no mundo, seja em termos profissionais, pessoais ou no conjunto das relações humanas."
Fragmentos - Formação de Professores/2007-
Profª Sandra Bonzate Torquato 











QUESTÕES DE ENSINO



Reflexões sobre o ensinar:
Como se dá a aprendizagem / aquisição do conhecimento?
Por que se busca trabalhar com o contexto / a realidade do Educando ?
É possível aprender com atividades “descontextualizadas”?
Que quer dizer alfabetizar-se?
O reconhecimento do princípio alfabético: sua importância no processo de alfabetização.

Pretendemos avançar nestas discussões, para melhor entendimento de como o aluno jovem e adulto aprende e a importância de um trabalho contextualizado com a realidade dos educando.

Nas fotos - alunos de Alfabetização PIQ 1 -2009



Os alunos da EJA, trazem para a escola, conhecimentos construídos a partir de suas experiências pessoais, profissionais e de seus valores culturais
É um conhecimento empírico que, na maioria das vezes, não abarca os conhecimentos científicos (ou trabalha com parte deles) e apresenta um limite no estabelecimento de relações abstratas.
Trazer a experiência para dentro da sala de aula dá significado ao conhecimento trabalhado
É preciso considerar que há diferenças entre os alunos que têm uma vivência maior de vida urbana, e, entre os mais velhos e os mais jovens.


A escola na era da comunicação

A escola na era da comunicação



Não há mais como negar que as tecnologias da informação e da comunicação revolucionaram as tradicionais formas de circulação social dos textos verbais e não verbais. Diante disso, demandas são colocadas ao processo ensino e aprendizagem, que envolvem as questões de como utilizar essas diferentes linguagens midiáticas na escola de forma a potencializar a construção de saberes significativos para a atuação dos alunos no mundo hoje.

Idéias e concepções educativas são reveladas na organização de espaços e tempos escolares, na disposição de materiais e mobiliários, no acolhimento e socialização dos equipamentos. Da mesma forma, o pensamento sobre o lugar que as tecnologias e as novas linguagens de comunicação ocupam na escola é evidenciado no cotidiano das atividades pedagógicas.
Jovens e adultos são atraídos pelo universo midiático onde diferentes linguagens circulam. A televisão, o rádio, o vídeo, a mídia impressa, imagens, a hipermídia e a Internet podem se constituir em excelentes recursos mobilizadores para o desenvolvimento das competências leitora e escritora e práticas protagonistas. Criar espaços de participação interativa e construção coletiva de projetos com o uso dessas novas formas de linguagem e estabelecer diálogo entre elas é o nosso grande desafio.

Fragmentos do Caderno de Orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação de.org.br


Leitura e escrita no contexto digital

O acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação, sobretudo à Internet, é hoje imprescindível para o desenvolvimento da leitura e da escrita. Não se trata somente de mudar de caneta tinteiro para esferográfica, como aconteceu no passado, ou trocar o teclado da máquina de escrever pelo do computador. Trata-se de ter acesso a uma grande quantidade de informações e de oportunidades de comunicação, sem as quais fica difícil formar o cidadão contemporâneo. Como em outros espaços letrados, o leitor/escritor do mundo digital necessita desenvolver competências leitoras e escritoras específicas, significativas nessa forma de comunicação.
No caso da leitura, por exemplo, o hipertexto, que é uma característica fundamental da Internet, exige do leitor maior habilidade de antecipação do tema ou idéia principal a partir de elementos como título e subtítulo, de imagens e saliências gráficas Exige, também, maior facilidade de buscar informações complementares ao texto principal ou de estabelecer rápidas relações entre textos, navegando de um link a outro. Ainda é necessário que o leitor do hipertexto desenvolva maior capacidade para avaliar criticamente as informações encontradas e para saber identificar fontes mais confiáveis entre as inúmeras que a ele se apresentam.


“A leitura exploratória das imagens — fotografias, ilustrações, mapas, gráficos, tabelas, fórmulas matemáticas, esquemas, além das saliências gráficas como estilo, tamanho e cor da fonte e emprego de recursos como itálico, negrito é essencial para o leitor escolher o que ler em função de seus objetivos.”
(SÃO PAULO, 2006, p. 19-20)


Alunos em processo de alfabetização.
A Informática Educativa como uma possibilidade...


"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo"
Paulo Freire 





segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CONCEPÇÃO DE LEITURA


A LEITURA COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO ENTRE O TEXTO E O LEITOR:
O texto, estruturalmente incompleto, não pode abrir mão da contribuição do leitor.

Domínios de leitura
Identificação e recuperação de informação: habilidades que envolvem reconhecimento literal.
LER NAS LINHAS:

Compreensão e interpretação: habilidades que envolvem inferência e integração de segmentos do texto 
LER ENTRE AS LINHAS:
Reflexão: habilidades que envolvem avaliação e julgamento 
LER POR TRÁS DAS LINHAS:


GRAU DE AUTONOMIA DO LEITOR



Textos que vão ao encontro do horizonte de expectativas : LEITURA AUTÔNOMA
Textos que rompem o horizonte de expectativas: LEITURA COMPARTILHADA


O ENSINO DA LEITURA


ANTES da leitura
Levantar o conhecimento prévio do assunto tratado no texto.

Observar indicadores como título, capas, ilustração, sumário, autor, gênero etc.
Explicitar os conteúdos que imaginamos encontrar no texto a partir dos índices levantados.
Explicitar o objetivo da atividade de leitura.



DURANTE a leitura
Estimular a compreensão global do texto em contextos de leitura autônoma ou compartilhada.

Identificar a organização composicional do gênero a que pertence o texto.
Apreciar os recursos estilísticos selecionados pelo autor.
Estabelecer relações entre o texto e outros textos.


DEPOIS da leitura
Estimular paráfrases do texto lido.
Apreciar os recursos expressivos selecionados pelo autor.
Discutir a respeito dos valores e crenças veiculados no texto.
Ampliar as referências dos leitores estimulando a pesquisa de informações complementares, a leitura ou a produção de outros textos etc.



Formação de Professores EJA/2008 - Profª Maria José Nóbrega


Figura ao lado, é apenas um exemplo a ser utilizando pelo professor, com esta  metodologia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O PAPEL DA ESCOLA

A Escola tem um papel fundamental em nossa vida, sobretudo nesta sociedade letrada, consumista e competitiva em que vivemos. A informação em tempo real é mais um fator tecnológico que nos coloca diante da necessidade de acompanhar a evolução e oferecer ferramentas e oportunidades  para os educandos lidarem com as transformações do cotidiano. Nesta medida a escola tem um papel de:
  • Contribuir para que os sujeitos participantes do processo educativo desenvolvam a capacidade de ler, estudar, refletir, pesquisar e intervir.

  • Superação das formas de saber cotidiano. Valorizar o saber constituído na experiência imediata, mas problematizá-lo permitindo um quadro de referências mais amplo.

    Conteúdos Escolares e EJA
Em função do já vivido, têm modelos de mundo, estratégias de compreensão de fatos e de avaliação de valores densamente constituídos, de forma que novas incorporações devem promover compreensões mais amplas.
A educação de adultos não precisa ser pensada como um processo de recuperação de algo que tenha sido perdido ou que não aprendido no momento adequado.

Não precisa seguir os critérios e referenciais da educação regular de crianças e adolescentes.
O adulto não volta para a escola para aprender o que deveria ter aprendido quando criança e não aprendeu. Ele busca a escola para aprender conhecimentos importantes no momento atual

Os conteúdos disciplinares podem ser reorganizados em função do lugar social, político e histórico em que as pessoas se encontram.
“Dentro deste caráter ampliado, os termos ‘jovens e adultos’ indicam que, em todas as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro como sujeito.”
Formação de Professores EJA - 2009  Professores: João Luiz Maximo
Antonio Gomes Jardim

  
O modelo de escola que melhor responde ao desafio da nova situação, aproveitando positivamente as suas potencialidades, tem as seguintes características:
é produtora de conhecimento;
tem alto grau de autonomia;
assume funções educativas mais amplas, por si mesma pela ligação com outras agências de caráter educativo;
Promove a dinamização cultural, social e eventualmente até econômica de seu entorno;
O processo de formação dos educandos é, em grande medida, determinado, tanto no plano coletivo como individual, por eles próprios.

(DI GIORGI, 2000)


TRABALHANDO COM MAPA


Na foto ao lado, os alunos estão explorando o mapa do Brasil e  identificando num primeiro momento as regiões do País. Num segundo momento cada um faz o seu percurso, localiza a cidade e o Estado onde nasceu e verifica o caminho percorrido até chegar na cidade de Santo André. No terceiro momento foi elaborado um relatório coletivo.
O objetivo desta atividade é iniciação à leitura de mapas, como mais portador de informações, neste caso o aluno começa a decodificar os dados do mapa e estabelecer relações com outras atividades que se utiliza de gráficos, tabelas etc. A intenção é valorizar o trabalho coletivo.

Um pouquinho da EJA em Santo André

A Educação de Jovens e Adultos na cidade de Santo André teve seu início em 1989, quando na elaboração da Lei Orgânica do Município, foi mencionada como um Direito do cidadão e um dever da municipalidade em ofertar esta modalidade de Educação à aqueles que na idade regular não tiveram oportunidade. Não podemos encarar como uma dívida a ser paga, mas um direito à escolarização. No decorrer deste espaço de tempo, a cidade mudou e as demandas sociais aumentaram, passamos pelo processo de desindustrialização do ABC/Paulista, o desemprego entre outras... Foi necessário que a Prefeitura de Santo André tomasse medidas para reaver o potencial econômico e a educação tem sido meta importante. Os Jovens e Adultos, analfabetos e os ditos analfabetos funcionais precisam além do encaminhamento à escolarização, também sua inserção ou reinserção no mercado de trabalho.
Os cursos de alfabetização denominados PIQ I - procuram além de ofertar a escolarização e promover nas pessoas o incentivo à continuidade dos estudos, também oferecem a qualificação profissional inicial. No caso desta turma - alfabetização eles tem aulas do núcleo comum e do específico - pintura imobiliária com o Profº André. Este processo contribui para a formação para além das letras e sim da inclusão social destes alunos.

Estamos em processo de elaboração e construção deste blog. Em breve aprofundaremos melhor na discussão: EJA e Qualificação Profissional.             
Profº Antonio Jardim